Entrevista com Carlos Ferreira.

No sentido de dar a conhecer melhor as pessoas que estão dentro do sistema S.C. Vasco da Gama como jogadores, treinadores, …, vamos desta vez entrevistar o Carlos Ferreira.


SCVG – Quando é que começaste a jogar basquetebol?

Na época 1998/1999 com 11 anos.

SCVG – Onde é que começaste a jogar e como foi que surgiu o interesse pelo jogo?

Comecei a jogar no SC Vasco da Gama e a oportunidade surgiu por um amigo do meu pai, mais conhecido por Sr. Lemos. Estando na altura sem praticar qualquer desporto (após natação, futebol e judo) o Sr. Lemos propôs-me que fosse ao clube experimentar. Quando cheguei fiquei fascinado por ver tanta gente a praticar basquetebol naquele espaço aberto. Após esta primeira surpresa o treino em si e os treinadores cativaram-me bastante. Deste modo, foi bastante fácil ficar “preso” a este jogo e ao clube.

SCVG – Quem foi o teu primeiro treinador?

Não tive um “primeiro” treinador mas sim “primeiros” treinadores. A equipa de treinadores do escalão de minibasquete da altura era constituída pelo Sr. Lemos, Manuel Rodrigues (“Nelo”) e a Ana.

SCVG – Que clubes representaste e em que escalões?

Em basquetebol apenas representei o SC Vasco da Gama de Sub12 até completar o último ano de Sub18.

SCVG – Porque é que escolheste o SC Vasco da Gama para jogar/treinar/dirigir?

Porque é o clube que me fez crescer enquanto jogador e pessoa marcando-me bastante. Aqui fiz muitas amizades e aprendi os valores do clube com os quais me identifico ainda hoje. Por esta razão, senti que tinha que passar esses valores aos mais jovens com todo o entusiasmo com que os treinadores deste clube me passaram a mim.

SCVG – Quem foram as pessoas (treinadores, dirigentes, colegas de equipa, …) que te influenciaram mais na tua formação e que constituem ainda hoje referências para ti?

É bastante fácil identificar essas pessoas: os meus “primeiros” treinadores (Sr. Lemos, Nelo e Ana) e o Sr. Nunes.

SCVG – Que qualidades é que essas pessoas revelaram para causar esse impacto em ti?

Esses treinadores por toda a paciência e tacto demonstrado para controlarem aqueles jovens todos (sendo a maior parte muito difícil de lidar). E porque tiveram a capacidade de me fixar a este desporto além de me ensinarem o ABC deste jogo. Já o “eterno” presidente Sr. Nunes pelo entusiasmo como vivia o clube colocando-o à frente de todas as suas prioridades. Tendo o prazer de ter contactado com o Sr. Nunes quer como atleta quer como treinador foi possível perceber que este senhor tinha um grande carinho por todos os jogadores e treinadores zelando sempre pelo seu bem-estar sendo uma grande fonte de inspiração para mim e, penso eu, para todos os Vascaínos.

SCVG – Qual foi a experiência mais marcante como Jogador?

Tive duas experiências marcantes. Uma delas foi-se revelando ao longo do meu tempo no clube: em todos os anos que passei no clube tive sempre bons companheiros de equipa que confiavam bastante em mim e me ajudavam durante os treinos a melhorar cada vez mais. Com isto aprendi o verdadeiro sentido da palavra camaradagem e espirito de grupo (valores bem vincados do clube) aprendendo a defender a equipa com todas as minhas forças. E talvez por causa disso, sempre fui escolhido (pelos colegas de equipa de cada escalão) para um papel de capitão ou sub-capitão durante o percurso desportivo no clube. A outra experiência marcante vai de encontro com o que disse sobre o Sr. Nunes e a sua grande preocupação com os seus atletas. Após uma queda minha bastante aparatosa durante um treino (Sub16) onde abri o sobrolho e parti um dente o Sr. Nunes não descansou enquanto não me viu bem contactando os meus pais e telefonando enquanto estava no hospital a saber das novidades. Esta grande preocupação do Sr. Nunes marcou-me bastante pois deu para perceber que eu não era apenas “mais um” que andava naquela oficina de basquetebol. Todos tinham um grande valor para ele!

SCVG – Qual foi a experiência mais marcante como Treinador/Dirigente?

Tive duas experiências marcantes. A primeira foi a ida com o escalão de minibasquete ao Torneio de Villagarcia em 2009 abrindo-me os olhos para outras realidades do basquetebol quer na sua organização quer na sua qualidade, onde este desporto é tratado com o devido respeito e valor. A outra experiência é relativa à participação no projecto de abertura do escalão de Sub14 Feminino na época de 2009-2010. Além do marco que foi para mim de estar intrinsecamente ligado ao início deste projecto feminino no clube foi verificar que as jovens que tinham aparecido ali no clube para experimentarem este jogo mostraram valores muito importantes para uma carreira desportiva. Após o primeiro jogo de treino onde perderam 117-16 (contra o Brandoense) poderia ser de esperar que muitas delas desistissem… Contudo verificou-se o contrário, apareceram todas ao treino seguinte ainda com vontade de aprender! E com isto, durante os primeiros 3 meses de jogos oficiais foram diminuindo cada vez mais a diferença pontual (iniciando em 100 pontos) para com as suas adversárias acabando por vencer um jogo, tendo sido uma grande vitória para todas! Estes são os valores que qualquer treinador procura nos seus jogadores e elas mostraram tê-los. Assim, com este feedback dado por estas jovens sem qualquer passado desportivo, levou-me a que nunca desistisse delas procurando dar-lhes todas as ferramentas (técnicas e volitivas) para poderem continuar este percurso desportivo.

SCVG – Ao longo desta jornada de jogador / treinador / dirigente quais foram as principais surpresas, satisfações, insatisfações, descobertas e aprendizagens?

Como jogador foi, como já disse anteriormente, o espirito de grupo que se criou no seio da equipa durante todo o meu percurso desportivo no clube. Como treinador é o poder constatar que tenho conseguido, com algum sucesso, fixar os jovens neste desporto e clube e para mim isso é bastante importante tendo em conta o estado de inactividade das crianças actualmente. Uma surpresa como treinador (e bastante agradável) é verificar que desde o início que o feminino tem tido uma grande capacidade de captar e ajudar-me a fixar todas as jovens que chegam ao clube.

SCVG – O que é que te mobiliza/motiva a Treinares/Dirigires?

O próprio processo de ensino é grande fonte de motivação para mim. Quero poder proporcionar aos jovens do clube as mesmas aprendizagens que os meus treinadores me proporcionaram.

SCVG – Quais são os principais valores que orientam a tua relação com as equipas que treinas ou com o clube que diriges?

O espirito de sacrifício, perseverança e espirito de equipa são os que me guiam no processo de treino e na relação que tenho com as equipas que treino.

SCVG – Que conselhos é que darias aos nossos jovens, que os possam ajudar a atingir todo o seu potencial quer a nível escolar, quer a nível desportivo?

Sem trabalho nada se consegue! É preciso fazer sacrifícios para podermos atingir o sucesso quer a nível escolar quer a nível desportivo. Mas isto não quer dizer que estes dois mundos são incompatíveis, até pelo contrário! Estudos recentes mostram que quem pratica desporto tem um melhor aproveitamento escolar… Existe tempo para tudo. E com querer, organização, método e disciplina consegue-se ser bom nestes dois mundos.

Dados pessoais

SCVG – Como te chamas? Ano nascimento? O que é que gostas mais de fazer para além do basquetebol?

Carlos André Ferreira. 1987. Gosto de praticar outras modalidades desportivas, tocar guitarra e cinema!

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